REFLEXÕES
NATALINAS
É uma lástima observar a programação da
mídia e perceber o quanto está distorcido o espírito natalino. As propagandas
estimulam o consumismo desembestado, induzindo todo o povo de um país em crise
a torrar seus recursos nos tradicionais presentes da época, como se fosse
realmente da essência do natal a tal distribuição de regalos. A figura central
de toda a festa acaba mesmo sendo a do papai Noel, aquele bom velhinho, em
trajes siberianos e absolutamente impróprios aos trópicos e de uma tez cuja brancura
também não combina com a mestiçagem do Brasil. De Jesus Cristo, que seria o
grande homenageado do momento, pouco, quase nada se fala. Será que estamos
sendo coerentes?
Verdade que os três reis magos, que teriam
sido os primeiros visitantes do menino Jesus em sua manjedoura lhe trouxeram
presentes. Daí até poderíamos ver algum sentido no costume moderno de trocá-los
entre os queridos. A confraternização em si mesma também é algo muito positivo
para a sociedade, que na verdade precisa de mais momentos delas ao longo do
ano, já tão abarrotado de guerras, revoltas, massacres e outras tantas mais
formas de violência. Logo, não é nada mau parar ao final do ano para nos
dedicarmos mutuamente ao respeito e ao carinho. Agora também é verdade que a
violência neste período arrefece da grande mídia, mas não some dos rincões de
miséria que povoam nosso planeta; que um presente até consegue abrir o sorriso
de um pobre menino miserável, mas não lhe mata a fome da próxima noite; nem os
enfeites de natal tornam as pessoas mais cristãs e humanas e assim mais sensíveis
ao desterro que tantos de nós grassa pela miséria, pelas moléstias e pela
solidão.
De uma vez por todas é chegado o tempo de
percebermos, nós as pobres e egocêntricas criaturas humanas, que Jesus não veio
à terra, fazendo-se homem como cada um de nós somos, por mero capricho de Deus,
que com isso se pretendesse afirmar como Soberano insubstituível do Universo.
Na verdade, foram as necessidades humanas, carcomida que então se encontrava na
sordidez de seus sentimentos egoísticos e miúdos, que criou a necessidade da vinda
daquele que era o Ungido de Deus. Vendo a maneira arrogante e superficial com
que a maioria de nós comemora o Natal, robustece a certeza de que tanto quanto
há mais de dois mil anos atrás, continuamos precisando das mesmas lições
trazidas e deixadas por Jesus, o Cristo.
Jorge Emicles Pinheiro
Paes Barreto
Belas palavras Professor! Não sabia que você tinha um blog, deveria divulgar mais na Faculdade, pois suas palavras instigam bastante a reflexão! Agora vou lhe acompanhar sempre!
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