Páginas

segunda-feira, 23 de julho de 2018


QUERENÇAS





                   Quero um amor sereno, firme, constante e sem veneno, que não se deixe levar pelo erógeno; que seja pasto da liberdade dos sentidos, seja em tudo muito bem resolvido, na convivência se destaque por tranquilo.
                   Mas antes mesmo disso quero o amor, porque vasculhando com real destemor outros sentidos verifiquei, triste, a sequidão dolor de centenas de cardíacos batimentos, todos sem cor. Todos despidos de amor.
                   Quem vive sem esse ápice dos subjetivos sentidos, de verdade não vive. Talvez, com esforço sobrevive num mundo infinitamente cheio de horrores, inclusive. Possui abundantes metas para dali a anos. Mas, sem amor, que poderá haver depois das dores? Bolores de sentimentos antecessores?
                   Quero a paz habitando meu espírito. Dias plenos, corridos de trabalho, a zoeira caótica da matéria em arrebito, mas por dentro ver do peito fluir o serenado de quem não pegou das dores o atalho. De quem foi corajoso, sem qualquer atabalho.
                   Pretendo assim que fluam os anos, deles se desdobrando decanos de sabedoria, sem desenganos. Que a felicidade se construa sem pressa, devagar, para que aos pouquinhos, em cada degrau desse perene vagar, seja capaz de feliz, em mim enxergar a Grande Obra a recriar a perfeição do mundo a me aperfeiçoar. A minha infinitude fazer o mundo mudar de atitude.
                   Desejo viver longevo, existir pleno de elevo, para ao final, no ocaso da existência, poder olhar com orgulho da vivência. Se merecedor de tanto for, ao termo segurar firme na mão que a mim tenha amor, seguir rumo ao infinito, nem bem importa a que destino por. De lá, longe do presente ponto, quero crer que os amigos verdadeiros, vez e quando, lembrarão de mim e recordarão um meu conto.

Jorge Emicles


Nenhum comentário:

Postar um comentário