QUERENÇAS
Quero um amor sereno, firme, constante e sem
veneno, que não se deixe levar pelo erógeno; que seja pasto da liberdade dos
sentidos, seja em tudo muito bem resolvido, na convivência se destaque por
tranquilo.
Mas antes mesmo disso quero o amor, porque
vasculhando com real destemor outros sentidos verifiquei, triste, a sequidão
dolor de centenas de cardíacos batimentos, todos sem cor. Todos despidos de
amor.
Quem vive sem esse ápice dos subjetivos sentidos,
de verdade não vive. Talvez, com esforço sobrevive num mundo infinitamente
cheio de horrores, inclusive. Possui abundantes metas para dali a anos. Mas,
sem amor, que poderá haver depois das dores? Bolores de sentimentos
antecessores?
Quero a paz habitando meu espírito. Dias plenos,
corridos de trabalho, a zoeira caótica da matéria em arrebito, mas por dentro
ver do peito fluir o serenado de quem não pegou das dores o atalho. De quem foi
corajoso, sem qualquer atabalho.
Pretendo assim que fluam os anos, deles se
desdobrando decanos de sabedoria, sem desenganos. Que a felicidade se construa
sem pressa, devagar, para que aos pouquinhos, em cada degrau desse perene
vagar, seja capaz de feliz, em mim enxergar a Grande Obra a recriar a perfeição
do mundo a me aperfeiçoar. A minha infinitude fazer o mundo mudar de atitude.
Desejo viver longevo, existir pleno de elevo, para
ao final, no ocaso da existência, poder olhar com orgulho da vivência. Se
merecedor de tanto for, ao termo segurar firme na mão que a mim tenha amor,
seguir rumo ao infinito, nem bem importa a que destino por. De lá, longe do presente
ponto, quero crer que os amigos verdadeiros, vez e quando, lembrarão de mim e
recordarão um meu conto.
Jorge
Emicles
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