CARTA AO FUTURO
Ó futuro que me espia,
Incerto, que se esguia
Do foco da minha miopia.
Não te prever seria alguma alegria?
Daqui, desde o existir do presente
Nada sei, pareces ausente.
Daí, o que sou e serei tu sentes
O porvir de todos os pressentes.
Ó futuro de incerteza e prova
Que melindres a mim arvora
Teu destino de seguir embora?
Por favor, não me devora!
Me apascentas o coração doente
Não me faças mais um demente
Ao do mundo se sentir ausente.
Que a fé em mim se alimente!
Sigas sendo esperançoso ao otimista
Tormentoso ao jovem niilista
Pacificador ao filósofo tomista
E justo ao prudente realista.
Como é dever de ser do tempo
Seja relativo e compassivo.
Como tem de ser toda a verdade
Seja desvelo de pura realidade.
Jorge Emicles
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