QUE SÓIS?
Oh homens, o que sois? Uma única unidade a povoar
e dominar este minúsculo e quase insólito planeta, e por isso a Humanidade? Ou
sois como uma ilha, reservada, desabitada tantas vezes de sentimentos, outras
de propósitos, mas sempre solitários, na busca de si mesmo dentro do vizinho
companheiro, outra ilha isolada, solitária e triste? Como disse Gilbram, a vida
de cada um de nós é uma ilha separada de
todas as outras ilhas e regiões. Não importa quantos são os navios que partem
das costas dessa ilha para outros climas, e não importa quantas são as
esquadras que tocam suas águas. Sempre seremos como ilhas solitárias a
construir pelo metal de nossas riquezas ou pela vaidade de nossos egos pontes
pressupostas que ilusoriamente nos ligam, identificam e nos afinam com os
demais humanos.
Mas não adianta. Sempre seremos solitários como as
ilhas.
Tudo o que construímos são no fundo planos
fracassados de superação dessa tenebrosa solidão. Seja quando acumulamos
riquezas; quando conquistamos poder; quando nutrimos vaidade ou até quando
plantamos o amor; não importa. Todos os instantes da nossa vida são batalhas
sufocantes e perdidas contra e ao mesmo tempo de encontro à solidão.
Nem o amor, que é infinito, é capaz de livrar-nos
desse terrível desterro.
Jorge Emicles Pinheiro Paes Barreto
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