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quarta-feira, 5 de agosto de 2015


QUE SÓIS?

                   Oh homens, o que sois? Uma única unidade a povoar e dominar este minúsculo e quase insólito planeta, e por isso a Humanidade? Ou sois como uma ilha, reservada, desabitada tantas vezes de sentimentos, outras de propósitos, mas sempre solitários, na busca de si mesmo dentro do vizinho companheiro, outra ilha isolada, solitária e triste? Como disse Gilbram, a vida de cada um de nós é uma ilha separada de todas as outras ilhas e regiões. Não importa quantos são os navios que partem das costas dessa ilha para outros climas, e não importa quantas são as esquadras que tocam suas águas. Sempre seremos como ilhas solitárias a construir pelo metal de nossas riquezas ou pela vaidade de nossos egos pontes pressupostas que ilusoriamente nos ligam, identificam e nos afinam com os demais humanos.
                   Mas não adianta. Sempre seremos solitários como as ilhas.
              Tudo o que construímos são no fundo planos fracassados de superação dessa tenebrosa solidão. Seja quando acumulamos riquezas; quando conquistamos poder; quando nutrimos vaidade ou até quando plantamos o amor; não importa. Todos os instantes da nossa vida são batalhas sufocantes e perdidas contra e ao mesmo tempo de encontro à solidão.
                   Nem o amor, que é infinito, é capaz de livrar-nos desse terrível desterro.

Jorge Emicles Pinheiro Paes Barreto

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